Alimentação de rãs
Zootecnia

Alimentação de rãs


Manejo alimentar
Engorda

- Densidade: nos tanques de engorda a densidade recomendada é de 50 rãs/m². 
- Alimentação: ração peletizada para trutas -na fase de crescimento, misturada com larvas da mosca, na proporção de 20% de larvas e 80% de ração. 
- Triagens: deverão ser realizadas a cada 30 dias, ou sempre que necessário.
- Recomendações: Ao se fazer uma triagem, os animais devem ser manuseados cuidadosamente. Não se deve deixá-los amontoados nos baldes, nem jogá-los de um balde para outro pois, além de causar stress, poderá resultar em ferimentos ou fraturas.
Produção da larva de moscas

A rã-touro, a partir da fase de imago ou rã jovem, muda de hábito alimentar e em condições naturais passa a ser caçadora, alimentando-se de pequenos peixes, girinos, rãs, minhocas e principalmente insetos. Devido ao forte instinto caçador desses animais, a movimentação do alimento constitui-se num forte estímulo para que ele seja apreendido.
Até o início da década de 80 a prática utilizada pela maioria dos ranicultores para alimentar as rãs em cativeiro, consistia na deposição de restos orgânicos de origem animal (vísceras e/ou carcaças) no interior dos tanques de engorda para atrair moscas que ali depositavam seus ovos. Essas moscas e suas larvas constituíam a principal fonte de alimento das rãs.

Entretanto, esta prática apresentava uma série de inconvenientes dos quais podemos citar:
- A produção de larvas e, conseqüentemente, a oferta de alimento variavam de acordo com as estações do ano e com as condições ambientais do local, sendo praticamente nula nas épocas frias do ano. 
- A proliferação de espécies indesejáveis e de microrganismos patogênicos que poderiam causar problemas sanitários aos animais e também aos tratadores. 
- O mau cheiro e a imagem do material orgânico em decomposição causava uma impressão negativa nas pessoas que visitavam os ranários, acabando por desestimula-las a consumir carne de rã. Esses problemas foram superados através do desenvolvimento de técnicas adequadas para produção elevada de larvas de moscas, sendo que a espécie mais indicada é a mosca doméstica ou mosca comum. A escolha desta espécie deve-se ao baixo custo de produção, alto rendimento resultante do seu elevado potencial reprodutivo e a simplicidade das técnicas de sua criação. Para a correta utilização dessas técnicas é importante conhecer alguns aspectos da biologia desse inseto: 
- O ciclo de vida divide-se em quatro fases: ovo, larva, pupa e mosca adulta. 
- Cada fase tem uma determinada duração que, em média, é de: ovo: 8 a 24 horas, larva: 4 a 5 dias, pupa: 5 a 6 dias e mosca adulta: 20 a 22 dias.

Em condições ideais a postura de ovos começa 4 a 5 dias após o início da fase adulta.
- 0 tipo de alimento varia de acordo com a fase do ciclo: moscas adultas: açúcar, leite e água; pupas: não recebem alimentação; larvas: uma mistura de farelo de trigo com farinha de peixe, umedecida com água, denominada substrato de engorda.

Quanto às condições ambientais ideais para o desenvolvimento da espécie na fase adulta, no que diz respeito à temperatura e a umidade relativa do ar, deve-se ter em média 25 a 27ºC e 70%, respectivamente.
Técnicas de criação de moscas

- Moscas adultas: são criadas em gaiolas, denominadas moscários, construídas com sarrafos e tela de nylon, podendo apresentar diferentes dimensões.

Ao redor da abertura frontal das gaiolas deve-se prender um saco plástico com o fundo cortado, que tem a função de evitar a fuga das moscas quando se coloca e retira os recipientes contendo alimento ou substrato de postura.
O alimento pode ser servido em pratos fundos da seguinte maneira:o açúcar deve ser trocado no mínimo a cada três dias ou sempre que necessário para retirada de moscas mortas e sujeiras, o mesmo vale para o leite quando for leite em pó; quando "in natura" pode-se diluí-lo com água na proporção de 1:1 e, nesse caso deverá ser trocado a cada dois dias. A água deve ser trocada diariamente e, para evitar que as moscas se afoguem, coloca-se pedaços de papel toalha na superfície da água.
Por volta do 4º ou 5º dia, após o início da fase adulta, coloca-se no interior da gaiola um prato com farelo de trigo umedecido com água, na proporção de 1,0 x 0,8 (em volume), cuja função é servir de substrato de postura. O substrato é colocado de manhã e é retirado no final da tarde, quando poderão ser observados, principalmente nas reentrâncias do substrato, pequenos ovinhos de formato alongado e coloração branca, geralmente agrupados. Esse material deverá ficar em repouso por aproximadamente 24 horas para que todos os ovos eclodam.
Por volta do 20º ao 25º dia após e início da fase adulta, as moscas começam morrer e a gaiola é desativada, lavada e preparada para receber um novo lote de moscas que ali serão introduzidas na forma de pupas.

- Larvas: dos ovos eclodirão pequenas larvas que, juntamente com o substrato de postura, serão transferidas para uma bandeja onde já se encontra o substrato de engorda. Para o preparo deste, utiliza-se uma mistura de farelo de trigo e farinha de peixe (ou carne) na proporção de 1,5 x 1,0 (em peso), que por sua vez é umedecida com água na proporção de 1,2 x 1,0 (em volume).

Basta despejar o substrato de postura sobre o de engorda e as larvinhas penetrarão neste último. Após 3 ou 4 dias as larvas poderão ser separadas do substrato através de peneiramento e estarão prontas para serem misturadas com ração nas proporções mencionadas anteriormente.
Densidade de larvas, umidade e temperatura do substrato são fatores importantes que devem ser controlados para se ter uma boa produção. Em altas densidades as larvas não crescem devido a competição par alimento e também por causa do aumento da temperatura resultante da atividade metabólica das larvas. O excesso da umidade pode resultar na fuga das larvas e principalmente dificultar sua separação do substrato. Por outro lado, pouca umidade retarda e prejudica o seu crescimento.
Semanalmente deve-se separar uma bandeja com larvas e deixar que se transformem em pupas que serão utilizadas para reativar gaiolas vazias. A separação das pupas do substrato também é feita através de peneiramento. Embora o peso e o tamanho das pupas variem de acordo com as condições em que as larvas foram criadas, pode-se dizer que em média 5000 pupas pesam de 70 a 75 gramas e essa quantidade é ideal para povoar uma gaiola.
Os moscários devem ser instalados em locais bem iluminados e arejados, porém sem correntes de ar. A produção de uma gaiola, em condições ideais é de aproximadamente 250 gramas de larvas por dia.


Fonte: http://www.criareplantar.com.br



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