Por parte dos produtores, que pareciam desacreditados em relação à transferência de tecnologia e desenvolvimento de pesquisas, a notícia é recebida positivamente, uma vez que aponta para soluções das dificuldades que os ranicultores enfrentam no dia a dia. “Sei que em alguns Estados há estudos em universidades sobre o desenvolvimento da criação de rãs. Acredito que ainda há muito a ser feito pela ranicultura. Em todo caso, adorei a notícia”, comemorou Ariana Maria Zimmer, proprietária da Ranasul – Criação e Comércio de Rãs do Sul Ltda., empresa localizada no Rio Grande do Sul.
Ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o IP trabalha a ranicultura desde 1975. Seu principal objetivo é desenvolver e repassar aos criadores a tecnologia já desenvolvida, além de auxiliar no processo de criação – ensinar sobre o combate a doenças e auxiliar na melhora nutricional, por exemplo. O subsídio de informações para os primeiros passos da criação, com a realização de cursos, é uma das atividades que ocorrem no instituto.
De acordo com o Instituto de Pesca de São Paulo, as rãs-touros foram inseridas no Brasil na década de 30 e, desde então, os diversos órgãos relacionados à aquicultura e agropecuária vêm tentando difundir essa prática no País que, segundo o órgão, é o maior produtor de rãs em cativeiro no mundo. Em algumas regiões, a cultura parecia deslanchar no início da década de 90. Entretanto, no fim daquele período, a produção começou a diminuir e o setor entrou no ano 2000 com uma quantidade consideravelmente menor de produtores do que nos anos anteriores.
De acordo com Leandro Di Pietro, diretor da Ranaville, ranário localizado em São Roque (SP), a ranicultura parece voltar a ganhar adeptos no Brasil, mas desta vez com maior profissionalismo e amparo científico e tecnológico. “O mercado de rãs apresenta uma leve recuperação e tem grande potencial de crescimento. Após a evolução percebida há alguns anos, houve certa inércia durante um bom tempo, porém, agora tem início uma fase de retomada da atividade, mais organizada e profissional”, declarou.
Com relação ao mercado mundial, China e Taiwan são os principais fornecedores. As rãs produzidas pelos asiáticos têm como principal destino os Estados Unidos e a França. Segundo Claudia, do Instituto de Pesca, o baixo custo da mão de obra e da ração naqueles países é o principal obstáculo para tornar a carne de rã brasileira competitiva. “Eles criam no chamado sistema inundado, que estamos usando agora, e abastecem o mundo todo”, acrescentou a pesquisadora.
Mesmo assim, os produtores brasileiros não desistem da disputa pelo comércio internacional de carne de rãs. Para a Ranaville, além das vendas no mercado interno, dentro do eixo Rio-São Paulo, a exportação é objetivo fundamental. “O principal alvo do mercado externo é a Europa, seguida pelos Estados Unidos. Pretendemos iniciar a exportação no final de 2010 ou no início 2011; dependemos apenas das certificações internacionais de qualidade”, complementou Di Pietro.
Fonte Informativo Virtual