Suplementação Mineral na Bovinocultura
Zootecnia

Suplementação Mineral na Bovinocultura


A suplementação mineral é uma prática recomendável para ser usada regularmente em todos os sistemas de produção de bovinos, quer seja de corte, quer seja de leite ou mista. A mineralização correta constitui-se fator fundamental na alimentação, sendo de extrema importância para a saúde, resistência, ganho de peso, fertilidade e produção. Sempre que os animais estiverem recebendo dietas com quantidade insuficiente de minerais ou rações desequilibradas que resultem na carência de um ou mais elementos, há que se corrigi-las para que os mesmos possam desenvolver seu potencial genético, além de manterem-se saudáveis.

Animais consumindo o suplemento mineral.

Embora compondo apenas cerca de 5% do corpo de um animal, os nutrientes minerais contribuem com grande parte do esqueleto (80% a 85%) e compõem a estrutura dos músculos, sendo indispensáveis ao bom funcionamento do organismo (McDowell, 1992). Seguindo a Lei do mínimo ( Lei de Liebig) sob condições de estado constante, o nutriente presente em menor quantidade (concentração próxima a mínima necessária) tende a ter efeito limitante sobre o individuo. Ou seja, estando um nutriente em deficiência a produtividade do animal como um todo acaba sendo influenciado de forma direta ou indireta. 
Mas os desequilíbrios dos minerais na dieta animal podem ocorrer tanto pela deficiência como pelo excesso. Por este motivo existem hoje vários estudos e produtores que defendem a Mineralização de Precisão, que nada mais é do que uma prática nutricional em que o fornecimento dos elementos baseia-se na variação das necessidades dos animais e de seu estagio reprodutivo, segundo o potencial produtivo e nutritivo das pastagens a cada época do ano, evitando-se tanto o disperdício quanto a falta do suplemento.

Novilhas lambendo sal -Campo Grande- MS

Apesar de a insuficeinca alimentar ser uma das limitações mais importantes para o alto desempenho de animais criados a pasto, os desequlibrios mineriais em bovinos são muito comuns. Estes desequilíbrios podem provocar perda de apetite, apetite depravado, baixa produção de carne e leite, perda de peso, crescimento retardado, anemia, problemas reprodutivos, fraturas, queda de resistência orgânica, elevadas taxas de mortalidade, perdas consideráveis na produtividade entre outros problemas.
Todavia a utilização da suplementação mineral esta aquém do desejado. Muito criadores alegam a falta de uso desta tecnologia por apresentar custo elevado, desconhecimento da importância dessa pratica e a não obtenção de respostas produtivas, entre outros. A alegação da não resposta produtiva pode ser justificada pelo emprego da suplementação mineral por período curto, utilização em épocas do ano em que há deficiência de proteína e energia (período secos), problemas no fornecimento das misturas (cochos inacessíveis aos animais, em numero insuficiente e/ou não protegidos da chuva e sereno ), bem como devido a baixa qualidade das misturas minerais usadas.

Cocho adequado para o fornecimento da suplementação

Problema de superlotação de cocho

Geralmente não há necessidade de suplementar todos os minerais essenciais, pois os alimentos usualmente consumidos pelos bovinos os contêm em quantidades suficientes. Os elementos minerais deficientes para ruminantes em condição exclusiva de pastejo geralmente são fósforo (P), sódio (Na), cobre (Cu), cobalto (Co), zinco (Zn), iodo (I) e selênio (Se). É importante deixar claro que em períodos de escassez de forragem, onde ocorre deficiência de energia e proteína na alimentação, a contribuição da suplementação mineral para a produção animal será quase nula. A falta de proteína e energia limitará a resposta à suplementação, logo a dieta deverá ser corrigida também.
Para se ter uma estimativa de consumo deve-se ter um controle da quantidade da mistura que está sendo fornecida. O produtor deve ser realista e consciente que não existe um produto que vá solucionar todos os problemas, ao adquirir uma mistura mineral deve-se optar por marcas idôneas, que utilizem matérias primas de qualidade, macro e microminerais, fórmula balanceada de acordo com a categoria animal e considerando a região envolvida. O produtor pode também comprar núcleo de microminerais de empresas idôneas para misturar com fontes de fósforo e de cloreto de sódio, como alternativa à mistura pronta.

Fonte:
Peixoto, P. V.; Malafaia, P.; Barbosa, J. D.; Tokarnia, C. H. Princípios de Suplementação Mineral em Ruminantes. Pesq Vet. Bras, Jul./set. 2005.
Zootecnista M.Sc Ângela Fonseca Reck - Epagir / Estação Expremiental de Lages .
www.clmais.com.br
pecuarianews.blogspot.com.br





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