A criação de camarões marinhos no Brasil tem se expandido rapidamente nos últimos 20 anos. O país possui aproximadamente 8.000 km de costa oceânica tropical, o que corresponde à metade da extensão costeira da América do Sul. Contudo, não se pode afirmar que toda esta área seja apropriada para a criação de camarões.
A construção de viveiros de criação têm sido considerada impactante ao meio ambiente, uma vez que estes são tradicionalmente alocados em áreas adjacentes ao ecossistema manguezal, principalmente nos estados da região nordeste do país. Estas incursões, muitas vezes, resulta na destruição de grandes áreas deste ecossistema. Isto tem criado uma certa preocupação por parte dos órgãos ambientais. Consequentemente, o crescimento desta indústria camaroneira no Brasil tem sido limitado pelas leis ambientais, que exerce um rígido controle sobre a ocupação de solos nas zonas costeiras. Além disto, a exploração imobiliária de terras litorâneas tem contribuído para sua alta valorização econômica, o que dificulta ainda mais a aquisição de áreas para instalação de projetos de carcinicultura. Este aspecto é bastante relevante em toda a costa Sul-Sudeste do país, principalmente no Estado de São Paulo. O cultivo de camarões em gaiolas tem sido estudado, nestes últimos anos, como uma alternativa para reduzir os impactos social e ambiental da indústria camaroneira. Esta tecnologia, contudo, parece ser viável apenas para produções comerciais de pequena escala. O Centro de Pesquisas em Aquicultura (CPAqui) do Instituto de Pesca em São Paulo tem desenvolvido algumas pesquisas em Ubatuba (Litoral Norte do Estado), cujo principal objetivo é de produzir uma tecnologia de criação de camarões marinhos em gaiolas flutuantes, visando à sua utilização por parte das comunidades de pescadores e de maricultores. Esta atividade poderá incrementar o faturamento destes pequenos investidores, especialmente durante os meses em que a captura de camarões é proibida por lei para a proteção dos estoques naturais (época do “defeso”).