MONTA NATURAL X IA
Zootecnia

MONTA NATURAL X IA


Coleta de sêmen. Imagem da Rev. AG. Nov. de 2010
Escolha correta do sistema de reprodução influencia diretamente no sucesso econômico na pecuária, a reprodução é um dos fatores que mais influenciam a rentabilidade de uma propriedade.
A maioria dos produtores preferem manter a tradição da monta natural (MN) e por este motivo a inseminação artificial (IA) tem a preferencia de uma pequena parcela de criadores. Este fato pode ser atribuído ao custo do processo operacional e também à baixa eficiência, quando comparada a MN. Uma inseminação artificial bem feita e organizada traz um grade salto genético ao rebanho, mas as pessoas pecam muito no processo de organização dos protocolos acham mais pratico utilizar a MN garantindo assim de 80 a 90% de fertilidade.
São inúmeras as vantargens da utilização da IA, onde os ganhos seriam a utilização de semen de touros melhoradores eliminando-se as dificuldades em se manter um touro na propriedade. Além dos aspectos zootécnicos, merecem atenção os aspectos econômicos relacionados ao uso da IA. Segundo FERRAZ (1996) um aumento de 5% para 15% do total das vacas de corte inseminadas representaria um incremento em torno de 370 mil toneladas de carne num valor de cerca de US$ 278 milhões. ARRUDA (1990) comparando a economicidade dos sistemas de MN e de IA, encontrou um custo para a monta natural de 10,54 % menor que o da inseminação artificial. Entretanto, FERRAZ (1996) já considera que a monta natural é mais cara devido aos custos de manutenção e de depreciação dos touros.

Inseminação Artificial


Monta Natural
O pecuarista tem de estabelecer critérios e dedicar uma atenção especial ao momento da escolha de um bom reprodutor para se ter uma reprodução bem sucedida. 
A aquisição de touros para monta natural com DEPs positivas para as características de produção pode trazer um grande avanço na disseminação do melhoramento em rebanhos comerciais. As DEPs (Diferença Esperada na Progênie) são informações de um reprodutor, através da avaliação dos seus filhos; avalia-se o animal por intermédio dos seus filhos.
Permanecendo por longo tempo na fazenda – ao redor de seis estações de monta – o touro tem oportunidade de deixar de 100 a 300 filhos, dependendo da relação touro: vacas e das taxas de prenhez obtidas. Isso o torna responsável por mais de 90% do ganho genético do rebanho, apesar de uma presença física de apenas 5% (Silva et al., 1993). Portanto, a escolha do reprodutor é fundamental, devendo ser embasada na avaliação genética.
Alem das exigências sanitárias, exames reprodutivos, genealogia e DEPs, o pecuarista precisa realizar uma verificação morfológica, utilizando o instrumento mais antigo de seleção: o olho humano. Verifica-se se o animal possui bons aprumos, o aparelho reprodutivos está correto e o animal apresenta características econômicas desejáveis para a produção de carnes nobres. Para produção leiteira, deve-se analisar especialmente o períneo curto e a musculatura corporal mais delgada, bem como a harmonia corporal e o padrão racial. Entretanto é fundamental, antes de comprar, submetê-los ao exame andrológico, evitando despesas indesejáveis com reprodutores subférteis. 
No Brasil, um país com clima tropical e subtropical, de muito calor e umidade, é aconselhavel que exista uma relação de um touro para 25 vacas, em media, mas tem de haver uma organização para haver um melhor aproveitamento. Segundo Fonseca (1991), a utilização de touros na proporção de 1:50 implicaria um descarte da ordem de 50% dos mesmos, diminuindo o custo do bezerro em 15%. Com a diminuição dos custos de aquisição e manutenção de touros, o produtor poderia redirecionar os investimentos para a compra de indivíduos geneticamente superiores e andrologicamente testados. A real capacidade reprodutiva de touros da raça Nelore é desconhecida, mas sabe-se que esses indivíduos em monta natural são em geral sub-utilizados (Pineda & Lemos, 1994; Fonseca, 1995).
Um bom reprodutor custa , em media, R$ 6 mil reais, dependendo da região do país. se ele for bem manejado, com adequada nutrição, manejo sanitário e controle de parasitas, ele poderá ser ativo sexualmente por até 12 anos.



Monta natural

Inseminação Artificial
Esta técnica é conhecida desde 1920, porém, apesar dos avanços, ainda é pouco utilizada. A inseminação artificial proporciona aos produtores o acesso a material genético superior, contribuindo para a diminuição da defasagem genética. Ela foi responsável pela massificação da utilização de animais geneticamente superiores, e tornou possível a realização de programas de avaliação de touros jovens, diminuindo ainda mais o intervalo de gerações.
A IA colabora também para o controle de doenças, pois não há o contato físico do touro com a vaca, principal meio de transmissão, e possibilita o cruzamento entre raças. 
Dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) mostram que um touro cobre uma média de 25 a 30 vacas por ano, a campo. Em regime de monta controlada podem servir a um máximo de 100 fêmeas, anualmente. Considerando quatro anos d vida reprodutiva de um touro, teremos um total de 120 a 400 filhos por animal, durante sua vida útil. Na inseminação artificial, esse número pode atingir 100 mil filhos.
Um inseminador experiente pode trabalhar em torno de 200 vacas por dia, com a logística da fazenda bem organizada. Um exemplo tipico são os programas de inseminação artificial em tempo fixo (IATF), nos quais são inseminadas de 150 a 300 vacas por dia.
Pode-se afirmar que a baixa taxa de prenhez é um dos principais fatores limitantes ao uso da IA nos rebanhos comerciais de gado de corte. Essa baixa eficiência reprodutiva pode ser explicada pelas dificuldades do manejo diário de animais por um período de 90-100 dias na época das chuvas, para observação de estro e inseminação propriamente dita. Vale salientar que, para as condições brasileiras, as taxas de prenhez estimadas para a IA estão entre 50 e 60%.

Vaca sendo inseminada

Bojão de nitrogênio líquido onde fica armazenado o sêmen

Foto: Thiago Zulcão
Bezerros de Cruzamento Industrial. Bezerros de IA filhos de vacas de Leite,com Touros Angus, Red Angus e Nelore, mantido a pasto e suplementados com Top Bezerro Matsuda, Na Estancia Dois Irmãos Municipio De Afonso Claudio - ES



Fontes:
Amaral, T. B.; Corrêa, E. S.; Costa, F. P. Inseminação artificial ou monta natural: aspectos produtivos e econômicos. Rev. Cultivar Bovinos, ed. 15, Fev. de 2005.
Bruno Santtos. Monta Natural ou IA?. Rev. AG, Novembro de 2010.
www.beefpoint.com.br






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