Inseminação Artificial em Tempo Fixo em Gado Leiteiro
Zootecnia

Inseminação Artificial em Tempo Fixo em Gado Leiteiro


Discutimos aqui uma estratégia de manejo reprodutivo para vacas utilizando-se programas de sincronização de estro ou de ovulação, apresentando alternativas de manejo para elevar a eficiência reprodutiva em vacas de alta produção leiteira.
Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) é uma tecnologia útil para resolver as dificuldades da inseminação artificial convencional.
Vacas leiteiras, durante a lactação, apresentam características fisiológicas particulares que diferenciam o comportamento reprodutivo desses animais, quando comparadas a fêmeas bovinas de outra aptidão. A fertilidade das vacas leiteiras, principalmente as altamente produtivas, é mais baixa, devido a algumas particularidades metabólicas que tornam a concepção mais problemática, exigindo maior número de inseminações por prenhez.
Particularidades Reprodutivas de Vacas Leiteiras
Podemos citar como diferenças conhecidas até o momento, as seguintes particularidades:
  • Maior incidência de retenção de placenta pós parto.
  • Maior incidência de cistos foliculares.
  • Diminuição do período de estro e estros silenciosos.
  • Maior incidência de dupla ovulação e de partos gemelares.
  • Alta sensibilidade ao stress térmico.
  • Menor taxa de concepção à Inseminação artificial.
Por que usar IATF em rebanhos leiteiros?
A necessidade de alta produção de leite e bezerros é fundamental para que a granja leiteira sobreviva e seja capaz de gerar lucros no mercado competitivo atual. Isso somente é possível se a eficiência reprodutiva do rebanho for otimizada. Desta forma se busca diminuir o intervalo entre partos (IEP) e aumentar a proporção de animais em lactação, além do número de bezerros produzidos por ano.
Nesse contexto, as técnicas de IATF se mostram ferramentas valiosas por que:
  • Eliminam a necessidade de observação de cios nas vacas sincronizadas. As vacas são inseminadas em horários pré-fixados, evitando-se as falhas de detecção.
  • Conseguimos induzir atividade ovariana em vacas em anestro.
  • Podemos programar as inseminações, os nascimentos e, conseqüentemente, a produção leiteira, conforme a necessidade, (manter a produção constante durante o ano ou aumentar a produção em períodos de entressafra).
  • Diminuição do intervalo parto-concepção, com conseqüente aumento da produção de bezerros e leite (eficiência reprodutiva).
  • Diminuição de custos de manutenção, pela redução do período ocioso das vacas do rebanho.
Pré-requisitos para utilizar IATF em rebanhos leiteiros:
  • As vacas a serem sincronizadas devem ter, no mínimo, 45 dias de intervalo pós-parto.
  • As vacas devem estar em média/ boa condição corporal (2,5 ou acima, numa escala de 1 a 5).
  • As vacas não devem estar em balanço energético negativo intenso (perda de peso grave).
  • O controle sanitário deve ser rigoroso, evitando que doenças como Brucelose, Leptospirose e outras, interfiram na reprodução.
  • Antes de iniciar um protocolo de IATF, é necessário que um veterinário examine o sistema reprodutor das vacas para eliminar animais com problemas clínicos (infecções uterinas, cistos ovarianos, etc). Evitamos desperdício de hormônios e sêmen em vacas não aptas.
  • As endometrites resultantes de retenções de placentas devem ser tratadas com aplicações de prostaglandina e antibioticoterapia (se necessário) até a resolução.
  • Sempre ao utilizar programas de IATF, dar preferência a sêmen de touros com histórico de fertilidade e oriundo de empresas idôneas, isso evita variação de resultados e queda dos índices de prenhez.
PRINCIPAIS VANTAGENS PROPORCIONADAS PELA TÉCNICA:
  • DISPENSA A OBSERVAÇÃO DE CIO.
  • DIMINUI O INTERVALO ENTRE PARTOS.
  • AUMENTA A PRODUÇÃO DE LEITE.
  • AUMENTA A PRODUÇÃO DE BEZERROS.
  • CUSTOS DE TRATAMENTOS ACESSÍVEIS.
  • POSSIBILIDADE DE CONCENTRAÇÃO DE PARTOS NAS ÉPOCAS DE ENTRESSAFRA LEITEIRA.
™Com o emprego de IATF observa-se uma diferença significativa nos resultados de prenhez, na obtenção de bezerros/ano evidenciando o aumento da produtividade, sem perder de vista a lucratividade. São os programas de desenvolvimento da IATF, que estão direcionando os esforços do criador tanto para os ganhos qualitativos (genética) como para os quantitativos (número de animais nascidos) visando sobretudo a lucratividade do empreendimento.

Fonte: Manual de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em gado leiteiro. www.tecnopec.com.br



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