Mundo ainda está em “zona de perigo” por alta nos preços dos alimentos, diz Banco Mundial
Zootecnia

Mundo ainda está em “zona de perigo” por alta nos preços dos alimentos, diz Banco Mundial



15/08/2011 
 
Da BBC Brasil
Brasília - Os altos preços dos alimentos e os baixos níveis de estoques fazem com que o mundo continue em uma “zona de perigo”, disse hoje (15) o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
Segundo o relatório trimestral Food Price Watch, divulgado pelo Banco Mundial nesta segunda-feira, em julho (último dado disponível) os preços mundiais dos alimentos estavam 33% mais altos do que um ano antes e próximos do recorde registrado em 2008.
O documento cita ainda os níveis “alarmantes” dos estoques mundiais de alimentos. “Com esses baixos níveis de estoques, mesmo pequenas quedas na produção podem ter efeitos amplificados sobre os preços”, diz o texto.
Depois de um pico em fevereiro, alguns produtos chegaram a registrar baixa de preços, mas a volatilidade é motivo de preocupação.
De acordo com o Banco Mundial, a “esperada volatilidade” nos preços de produtos como açúcar, arroz e petróleo pode ter “efeitos inesperados” nos preços dos alimentos nos próximos meses. “A vigilância é vital, devido às incertezas e à volatilidade existentes”, disse Zoellick.
A volatilidade pode ser observada na evolução de produtos como o milho, cujo preço caiu em junho e voltou a subir em julho, registrando aumento global de mais de 80% no período de um ano.
O comportamento também varia de acordo com a região. Enquanto os preços do milho aumentaram mais de 100% em um ano em Uganda, no Haiti, no mesmo período, houve queda de 19%.
Entre os diversos fatores que contribuem para a alta dos alimentos está o aumento dos custos de produção, causado em parte pelos altos preços do petróleo, atualmente 45% maiores do que os registrados um ano atrás.
A alta tem impacto sobre a cadeia produtiva. De julho de 2010 a julho de 2011, o preço dos fertilizantes subiu 67%.
Segundo o Banco Mundial, as incertezas sobre a economia global e a instabilidade política em diversos países do Oriente Médio e do Norte da África devem manter os preços do petróleo voláteis no curto prazo.
Essa combinação de altos preços dos alimentos, baixos estoques e grande volatilidade é uma situação de risco para as populações mais pobres do mundo em desenvolvimento, e o exemplo mais recente é o da crise que já afeta mais de 12 milhões de pessoas no Chifre da África.
De acordo com o relatório, apesar de a situação de emergência na região ter sido provocada por um período prolongado de seca e conflitos internos, como no caso da Somália, os altos preços dos alimentos contribuíram para agravar a crise.
“O desastre afetou os mais vulneráveis”, diz o Banco Mundial. “Na Somália, os preços dos cereais produzidos localmente continuam a crescer em todas as regiões desde 2010 e já ultrapassam o pico de 2008.”
Para Zoellick, “em nenhum outro lugar do mundo” a combinação de altos preços dos alimentos, pobreza e instabilidade produz efeito mais trágico do que no Chifre da África.
Segundo o relatório, como a vulnerabilidade aos altos preços dos alimentos varia em cada país e também entre diferentes grupos populacionais dentro de um mesmo país, a resposta ao problema deve envolver uma combinação entre intervenções de emergência para ajudar aos mais vulneráveis e iniciativas de longo prazo.

Fonte:  http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-08-15/mundo-ainda-esta-em-%E2%80%9Czona-de-perigo%E2%80%9D-por-alta-nos-precos-dos-alimentos-diz-banco-mundial 





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