Zootecnia
Tétano em Equinos.
É uma doença infecciosa, não contagiosa, altamente fatal, causada pela toxina de uma bactéria chamada Clostridium tetani, que entra no organismo através de uma lesão prévia. É caracterizada por rigidez muscular (tetania), podendo levar à morte por parada respiratória ou convulsões.
Acomete todos os animais de sangue quente, inclusive o homem. Pelo fato da doença, na maior parte dos casos, ser causada por contaminação de ferimentos (na pele e nas mucosas) por terra, é também chamada de “Doença Telúrica”, ou seja, originária da terra.São particularmente sensíveis à doença os animais da espécie equina, mais sensíveis até que o homem. Os bovinos são os menos sensíveis à doença.
Ao penetrar através de um ferimento ou solução de continuidade da pele em um animal suscetível, o microorganismo permanece aguardando o momento em que ocorre a cicatrização, fechando o ferimento, criando então um ambiente de anaerobiose (falta de oxigenação) para se transformar em sua forma vegetativa.
É nessa fase que tem início a secreção e liberação da potente toxina (veneno) pelo germe, sendo essa a responsável pelo desencadeamento dos sintomas da doença, a qual é denominada de Toxina Tetânica. Entre as toxinas mais potentes conhecidas, a tetânica só é superada pela Toxina Botulínica, secretada também por outro germe do mesmo grupo, o Clostridium botulinum.
Pode ocorrer em animais de qualquer idade e sexo. Em animais recém-nascidos, a doença ocorre geralmente pela contaminação do umbigo pelo C. tetani. Em humanos, antigamente, era a doença conhecida como “Mal dos Sete Dias”.
Como reconhecer
Os sinais clínicos ocorrem uma a três semanas após a infecção bacteriana. Em bovinos e ovinos os casos ocorrem após manejo como castração, descorna, tosa ou remoção da cauda, por falta de cuidados higiênicos.
Os animais apresentam andar rígido com os membros em forma de cavalete, tremores musculares, trismo mandibular (impossibilidade de abrir a boca), prolapso da terceira pálpebra, rigidez da cauda, orelhas eretas (orelhas entesouradas, animal em estado de alerta), hiperexcitabilidade, rigidez dos músculos da cara e dificuldade ou impossibilidade para defecar e urinar. Podem ocorrer convulsões, inicialmente quando há estímulo por qualquer barulho e, posteriormente, de forma espontânea.
O diagnóstico de tétano é realizado, essencialmente, pelo exame clínico, pelos sintomas e pelos dados epidemiológicos (história recente de lesão acidental ou cirúrgica).
Como tratar
Ao iniciar a doença deve ser administrado soro antitetânico na dose 100.000 UI por via intravenosa, repetindo quando necessário. Fornecer alimentação líquida e de fácil deglutição. Conservar o animal em abrigo isolado, escuro e sossegado.
Fazer drenagem e limpeza dos ferimentos com água oxigenada, infiltração de Penicilina G em torno da ferida e administração intramuscular de Penicilina G Potássica na dose de 25.000 UI/kg de peso, duas vezes ao dia até a cura do animal.
Fazer o uso de produtos relaxantes musculares.
Como evitar
Em bovinos, ovinos e caprinos somente os cuidados higiênicos após manejo de castração, descorna, tosquia, corte de cauda são suficientes para evitar a doença.
Em equinos são necessários maiores cuidados, como: vacinação anual dos animais; uso de soro antitetânico antes de intervenções cirúrgicas ou depois de ferimentos que possam facilitar a infecção; evitar o contato das feridas profundas com terra ou qualquer sujeira, cuidados de assepsia do instrumento cirúrgico e da anti-sepsia das feridas, desinfetando-as, tão cedo quanto possível; eliminação de objetos pontiagudos que possam causar ferimentos acidentais.
Fonte: Vallée
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