MORMO E “GRIPE” EQUINA: DIFERENÇAS, SINTOMAS E PROFILAXIA.
Zootecnia

MORMO E “GRIPE” EQUINA: DIFERENÇAS, SINTOMAS E PROFILAXIA.


Mormo

Nos últimos tempos tem se aumentado a ocorrência de suspeita de doenças que vêm acometendo os equinos, dentre elas podemos destacar o Mormo e Influenza Equina (Gripe). No ultimo mês ouve a suspeita de que cerca de 100 cavalos que vivem na Granja do Torto, estejam contaminados com a “Gripe” Equina. E também no Estado de Minas Gerais, foi detectado surto de Mormo.
As duas doenças podem ser confundidas entre si, pois apresentam características bem parecidas. Para os criadores da Bahia, a única doença que se apresenta com bastante força é a Influenza Equina, popularmente conhecida com Gripe Equina.

“Gripe” Equina ou Influenza
A Influenza Equina ou Gripe Equina é uma doença causada por um vírus e transmitida por contato direto entre os animais doentes e sadios. Ela também é conhecida como gripe ou tosse cavalar e assemelha-se à gripe humana e é comum onde há aglomeração de animais. A gripe não é uma zoonose, ou seja, a enfermidade não oferece riscos aos seres humanos. Já o Mormo ou lamparão, é uma doença infectocontagiosa dos equídeos, causada pelo Burkholdelia mallei, que pode ser transmitida ao homem e também a outros animais. Manifesta-se por um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, pneumonia, etc. Os animais contraem o mormo pelo contato com material infectante do doente: pus; secreção nasal; urina ou fezes.
O vírus da gripe é mutagênico, por isso, até mesmo os animais que foram vacinados correm o risco de terem sido contaminados com a gripe equina. O cavalo infectado é um potencial contaminador até 28 dias depois do início dos primeiros sintomas.
Os sintomas das duas doenças foram relatados no quadro abaixo, para que se possa fazer uma comparação entre os mesmos:
SINTOMAS 
Influenza Eqüina ou “Gripe”: Febre, Calafrio, Respiração acelerada, Perda de apetite, Apatia, Corrimento nasal seroso, Tosse, Lacrimejamento, Inflamação da garganta, Diarreia fétida, Orquite (no caso de garanhões), Edemas.

Mormo ou Lamparão: Febre (42°C), Nódulos nos pulmões e mucosas nasais, Catarro, Pneumonia, Fraqueza e prostração, Dispnéia, Secreção amarelada, Intumescimento ganglionar, Abscessos nos linfonodos.

No caso da gripe equina, os animais que não forem devidamente tratados, a doença pode progredir para rinite, laringite, faringite e/ou pneumonia.

Mormo
A Profilaxia da “Gripe” Equina é feita por meio da vacinação. As vacinas oferecem proteção apenas um mês após sua aplicação, devendo ser repetidas anualmente. O acompanhamento periódico pelo médico veterinário é fundamental, pois quanto antes o animal infectado for diagnosticado e isolado do resto, mais fácil é o tratamento, prevenindo que outros animais sejam contaminados. É de extrema importância o isolamento dos animais doentes, pois esta enfermidade é altamente contagiosa, alastrando-se velozmente dentro de um grupo de animais, especialmente quando estes se encontram estabulados em regime intensivo. No caso do Mormo devem ser realizadas as seguintes medidas: notificação imediata à autorização sanitária competente (no nosso caso a ADAB); isolamento da área onde foi observada a infecção; isolamento dos animais suspeitos e sacrifício dos que reagiram positivamente ao teste de maleína (nesse caso o sacrifício só deve ser feito após a repetição do teste, dois meses); cremação dos cadáveres no próprio local e desinfecção de todo o material que esteve em contato com os mesmos; desinfecção rigorosa dos alojamentos; suspensão das medidas profiláticas somente três meses após o último caso constatado.

“Gripe” Equina ou Influenza

O tratamento deve começar pelo isolamento dos animais, após isso a doença apresenta um tratamento diferenciado. No caso do Mormo o tratamento não é indicado, pois os animais permanecem infectados por toda a vida, tornando-se fontes de infecção para outros animais. Porém, quando é realizado, recomenda-se o uso de produtos a base de sulfas, em especial, sulfadiazina durante 20 dias. No caso da Influenza deve se proporcionar ao animal doente repouso absoluto protegido contra correntes de ar e provido de boa cama, alimentação nutritiva e de fácil mastigação e água limpa. Quando há complicações, usar medicamentos à base de sulfanilamida e antibióticos associados e de largo espectro de ação. Toda medicação deve ser dada com a orientação de um médico veterinário.
Vacinação contra “Gripe” Equina ou Influenza
Para o controle do mormo é necessário o isolamento da área que contém animais doentes, sacrifício destes animais positivos, isolamento e reteste dos suspeitos, cremação dos corpos dos infectados, desinfecção das instalações e todo o material que entrou em contato com os doentes. Deve também ser feito um rigoroso controle do trânsito de animais entre os estados e internacionalmente, com apresentação de resultados negativos de testes realizados até, no máximo, 15 dias antes do embarque dos animais.
Nos casos simples de “Gripe” Equina, os animais se recuperam de 1 a 2 semanas. As perdas em consequência de mortes são pequenas e, geralmente ocorrem devido às complicações (infecções secundárias como: pneumonia, enterite, degeneração do coração, fígado, etc.), porém, os prejuízos que causa por incapacitar os animais doentes para o trabalho são grandes.

 Por: Helainne de O. Silva, Tecnica em Agropecuaria/ EAFSB - CREA/BA n° 54047 TD 
Graduanda em Zootecnia/ UFRB

Fonte:
Millen, Eduardo - Guia do Técnico Agropecuário "Veterinária e Zootecnia"
Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984
Edwarads, Elwyn Hartley - Horse
A Dorling-Kindersley Book - 1993
Santos, Ricardo de Figueiredo - Eqüideocultura




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