Zootecnia
TÉTANO EM EQUINOS
O Tétano é uma toxi-infecção aguda, caracterizada pelo aparecimento de espasmos musculares tônicos e hiperexcitabilidade reflexa. A infecção se dá geralmente através de feridas acidentais ou cirúrgicas, em contato com o esterco e com a terra. A morte vem através do esgotamento, paralisia dos órgãos internos ou pneumonia. O Tétano pode ser evitado vacinando o animal anualmente e mantendo a higiene e assepsia nos ferimentos.
Causada por toxinas produzidas pela bactéria Clostridium tetani, uma das suas principais características é a rigidez muscular (tetania), podendo levar à morte por parada respiratória ou convulsões. O Clostridium tetani é encontrado no ambiente (solo ou fezes) em todo o mundo. A infecção ocorre mais comumente por ferimentos, mas qualquer situação de anaerobiose contaminada pode levar ao desenvolvimento do tétano.
Acomete todos os animais de sangue quente, inclusive o homem. Pelo fato da doença, na maior parte dos casos, ser causada por contaminação de ferimentos (na pele e nas mucosas) por terra, é também chamada de “Doença Telúrica”, ou seja, originária da terra.
Pode ocorrer em animais de qualquer idade e sexo. Em animais recém-nascidos, a doença ocorre geralmente pela contaminação do umbigo pelo C. tetani. Em humanos, antigamente, era a doença conhecida como “Mal dos Sete Dias”. Sistemas Afetados:
- Neuromuscular
- Respiratório
Incidência/Prevalência: Como espécie, os equinos tendem a ser mais sensíveis ao tétano. Os equinos geralmente vivem em ambientes não inócuos com alto grau de contaminação por fezes, o que pode aumentar a incidência dessa enfermidade.
Sinais Clínicos:
- Andar rígido.
- Rigidez muscular generalizada, principalmente nos músculos de sustentação, o que leva a uma postura típica de “cavalete”.
- Opistótomos.
- Trismo (“mandíbula travada”).
- Prolapso de terceira pálpebra.
- Hiperestesia (sinais de espasmos musculares podem ser exacerbados por ruído, luz ou estímulo táctil súbito).
- Febre e sudorese intensa.
- Disfagia, sialorréia e pneumonias aspirativas.
- Hipóxia por comprometimento dos músculos respiratórios, podendo evoluir para paradas respiratórias.
Fatores de Risco:
- Ferimentos ou locais de aplicação de injeções que possam criar condição de anaerobiose.
- Ambientes altamente contaminados por fezes.
- Animais não protegidos por vacinação.
Cuidados com os Animais Doentes:
- Instalar o animal em baia escura e tranqüila, com cama macia.
- Tampar as orelhas com algodão.
- Uso de apoio externo caso o paciente não permaneça em pé.
- Evitar estímulos súbitos ao paciente.
- Manter o animal hidratado.
AlimentaçãoFacilitar o acesso à comida e água. Se o animal não estiver se alimentando ou apresentar disfagia, a alimentação pode requerer intubação nasogástrica (com cautela, pois pode provocar mais espasmo muscular, sendo, portanto, de utilidade limitada) ou nutrição parenteral.
Prevenção:
- Vacinação através de 2 aplicações (dose e reforço) com 4 semanas de intervalo, seguida de vacinação anual de reforço.
- Evitar ambientes com potencial de risco.
- Limitar ao máximo a contaminação fecal.
- Limpar ferimentos e administrar toxóide tetânico se o animal não tiver sido vacinado nos últimos 6 meses.
- Em ferimentos infeccionados, realizar drenagem mantendo-os abertos.
Prognóstico:
O prognóstico depende da gravidade dos sinais clínicos e da velocidade da evolução da doença. O rápido aparecimento de sinais clínicos geralmente denota prognóstico mais cauteloso. De acordo com os dados existentes, as taxas de mortalidade variam de 50 a 75%.
Por: Helainnde de O. Silva, Tecnica em Agropecuaria/ EAFSB - CREA/BA n° 54047 TDGraduanda em Zootecnia/ UFRB
Fonte: Millen, Eduardo - Guia do Técnico Agropecuário "Veterinária e Zootecnia”; Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984.www.vallee.com.br/doencas.php/3/64www.clinicadorancho.com.br/site/artigos/tetano-2/ RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W. Clínica Veterinária. um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e eqüinos. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1737p, 2002.
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